sábado, 3 de março de 2012

Os intrusos...

Sábado, 25 de Fevereiro de 2012

Fez neste dia uma semana que cheguei a Luanda, vindo do Soyo.
Foi dia de descanso para este "angolano". Fiquei o dia todo aqui pelo condomínio e à noite combinei jantar com o Lobo aqui em casa. Como não sei quando vou partir de novo para o Soyo só comprei mantimentos para uma semaninha e pouco, mas como andei toda a semana a jantar ali no bar do condomínio ainda aqui tenho algumas coisas. Essas compras foram feitas no domingo, 26 de Fevereiro, quando fui com o Lobo ao Kero.
Combinei fazer aqueles bifes de vaca que tinha comprado com uma massa mas como não tinha nem margarina nem sal pedi ao Lobo que trouxesse de casa dele.
Às 19h lá estava ele à porta de tupperwares na mão. Foi altura do Chef André começar a fazer o seu "Bife com molho de café à la Pinto" a acompanhar com fusilli. De fazer água na boca até aos menos esfomeados.
Enquanto cozi a massa e preparei o molho de café (não havia natas, foi mesmo com leite; não havia café em grão, foi mesmo com café em pó) o Lobo descongelou e bateu os bifes. Como não havia martelo bateu com uma colher enorme que temos ali na cozinha...não estivessemos nós em Africa.
Depois deste fantástico prato confeccionado foi altura de iniciar o jantar ao ritmo de um Académica de Coimbra a dar baile aos Lampiões.
Depois do jogo fui sair com um colega meu, com quem já tinha combinado ir-mos beber um copo ao Zodabar. Como o Lobo não quis ir fomos os dois.
Quando chegámos ao Zodabar batemos com o nariz na porta! À meia noite já não entra mais ninguém. Mas...ali do condomínio ao lado do Zodabar vinha um valente som! Aqui há festa, comentámos nós. Perguntámos aos seguranças do Zodabar e eles confirmaram o que já suspeitávamos...uma festa privada! "Vamos lá?", perguntou-me o meu colega. "Mas tu és maluco?!", exclamei eu.  Metemo-nos dentro do jipe e fomos embora. Mas...ao passar à porta do tal condomínio, não é que a musica até era agradável? :)
O meu colega parou o carro e entro para o condomínio e eu segui atrás, não ia ali ficar sozinho não é?
Lá fomos entrando até que chegámos à porta da casa onde havia a festa. Entrámos para o quintal e lá ficámos a ver a rapaziada a dançar. Além de nós havia um outro português que, ainda, não conheciamos. A casa, que pensavamos ser um edifício de apartamentos, era uma vivenda enorme com piscina e uma sala, onde estava a parte dos comes e bebes da festa, enorme. Passados uns dez minutos, e sem ter nada para molhar a garganta, decidi perguntar quem era o dono para lhe pedir desculpa pela aquela "invasão" da festa. Vi um senhor mais velho, ao qual me dirigi, e pedi-lhe desculpa por termos entrado sem ser convidados e se ele se importava que ficassemos a ouvir a música. Não é que o velhote engraçou comigo e desatou a rir?! Olhe, eu não sou o dono da casa mas venha cá que eu apresento-lho, disse o velhote já a puxar-me pelo braço. Lá fui eu a reboque conhecer o dono da casa. Quando olhei para o dono da casa pensei, já as mamaste! Mas não, o sr. C, de dois metros de altura e um "caparrão" de Trivete (actor da série "Walker, o Ranger do Texas") mostrou-se muito compreensivo e até expressou um sorriso quando me apresentei e lhe disse que estava ali porque não sabia como eram as festas em Angola e tinha sentido essa curiosidade. "Como já cá estão fiquem à vontade!", disse o sr. C.
Não demorou dois minutos e lá veio o sr. A, o tal velhote que pensava ser o dono da casa, ter comigo outra vez. "Sr. André o sr. C quer falar consigo.", disse o sr. A. "Não as mamaste à primeira vais mamá-las agora!", pensei eu cá para com os meus botões. Mas lá fui eu de novo a reboque do sr.A..
Quando lá cheguei o sr.C levantou-se e disse-me com um sorriso ar muito sério, "tinha muito gosto que o sr. e o seu amigo provassem o meu arroz de marisco!". Fiquei tão contente até a minha barriguinha batia palmas! Eram 01h30 e eu a comer arrozinho de marisco com o meu colega! Posso beber uma Cucan perguntei eu ao sr. C. O sr. C pediu logo à mulher para me trazer uma Cuca e ali ficámos todos na conversa um bocadinho. Era a festa de 18 anos de idade de um dos filhos dele. Depois de provar o arroz de marisco fui dar os parabéns ao filho dele e trocar as apresentações que ainda faltavam. Agora é que é a melhor parte. Depois de dizer que era eng. e que tinha ido trabalhar para o Soyo e a empresa onde trabalhava, o sr. C apresentou-me ao filho mais velho e ao português que lá estava e que nós não conheciamos. Depois de uma e outra troca de palavras diz-me o português, "O sr. C tem uma das maiores empresa de construção de Angolana!" Eh lá! Olhem-me só para estas coincidências, pensei eu. Trocámos mais umas palavra, incluindo com o sr. C, que nos disse que outro dia falávamos com mais calma, e bebemos e comemos a noite toda. Foi uma festa cinco estrelas, onde nos receberam de braços abertos! Pessoas do mais simpático que tenho visto, sem dúvida nenhuma.
Eram umas 04h da manhã quando cheguei a casa.


Beijinhos e Abraços,

André



1 comentário:

  1. As aventuras por terras angolanas começam a aquecer... Entrar numa festa particular em Angola só porque a música parecia porreira parece-me no mínimo arriscado e hilariante! E vir a descobrir que o dono da festa é simultaneamente dono de uma das maiores empresas de construção angolana é uma coincidência daquelas que nos faz pensar que nada acontece por acaso. Vamos ver onde é que estas aventuras vão parar!

    Um grande beijinho,

    ID.

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